sábado, 10 de outubro de 2009

Meryl Streep em:





ANTICRISTO - O MUSICAL

(três minicanções de adeus a lars von trier)





prólogo - clipe do sigur rós





meryl streep estava sussa, de roupão e de pantufa, enfileirava seus bichinhos quando uma tragédia aconteceu:

“- meu bebê, meu bebezinho

lá se foi, devagarinho!”




"- itchuuuuuuuuu..."




"- pof."




e para acalmar sua tristeza, se mandou pra natureza.





capítulo um: luto









capítulo dois: dor





"- não suporto isso que sinto, preciso ferir alguém"

















"- acho que estou gostando disso, vou ferir a mim também"















* * *




[pausa para reflexão]




* * *





"- cachorrinho fofo e místico,

o que vê da minha sina?"





“- o caos reinaaaaaa”





"- pois dá licença, criatura,

que eu vou por outra esquina!"




continua, mas pra quê, todo mundo já entendeu a mensagem: vá por outra esquina. e procure andar com gente normal.






ANTICRISTO - O MUSICAL







* * *

dedicado a lars von trier
(e essa merda de filme) 2002 - †2009

quinta-feira, 2 de julho de 2009

às vezes a gente tá vendo um filme péssimo e passam umas coisas pela cabeça

era tarde em trinta de junho. selton mello estava no cemitério e viu alessandra negrini levar um tombo ridículo, então decidiu que essa era a mulher que queria fotografar para o resto da vida. se tornaram um perigo para a sociedade - pelo menos a parcela cinéfila que tentava se manter acordada.

assim, como crime de cinema, natural que detê-los fosse um trabalho para malu mader justiceira, uma vez que seu teleseriado foi filmado em película.


- não engulo essa negrini desde que ela decidiu naquela playboy ser mais puta do que eu em 60 anos de tv.


malu mader justiceira não tinha papas na língua, e não viu problemas em soar vulgar e nem deixar claro naquele momento que a perseguição aos meliantes globais - em especial alessandra - era um ajuste de contas pessoal. nós, pessoas comuns que só vivemos uma vez, já vimos essa história antes e já estamos cansados dela; agora, calcule o drama da fernanda torres, que já viveu muitas vidas, incluindo em outros universos. ela não quis ver mais nada e ficou cega.


- alguém pode contar meus dedos para mim?


mas não é porque não pode enxergar que a pessoa fica inválida. "a visão é só um sentido, ainda sobram quatro!" - e levando consigo apenas essa filosofia, seu coração e um grande senso fashion, fernanda foi lá conferir o filme numa sala 5 de arteplex.


- seltooon... seeeeeelton...

- oi.

- poxa seeelton, come a alessandra logo, cara.

- ah fêr, desencana, esse filme não é de comer não. a gente fica em siêncio, depois filosofa, faz danças estranhas... e aí espera tudo terminar mal.

- putz grila, cara.


***


não é difícil imaginar o desconforto da atriz, recém-iniciada na escuridão, assistindo a um filme em que não se fala muito. mas que também não é mudo. fazia uns ruídos estranhos. parecia que ela estava sentada na frente do ar-condicionado, sozinha, e de vez em quando entrava uma conversa alheia na frequência, sempre faltando pedaço.


***


- macacos me mordam.


- hum?


- blá blá blá blá blá blá blá ancestrais blá blá blá blá blá blá blá blá morte blá blá blá blá blá blá blá fagulhas, centelhas, orelhas blá blá blá você não acredita, um rato comeu nossas fotos.


- meu deus, um rato...


- blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá aromas blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá estratosfera blá blá blá é, eu vi a marca de um dente.


- meu deus, um dente...


- porra alessandra, assim fica difícil querer te comer mesmo.


a cada diálogo Ela ficava menos interessante, então Ele decidiu tirar mais fotos, como essa:


[FLASH]


aí eu desisti do post como o diretor desistiu do filme.


***


- você está preso por fotografar partes íntimas de uma sex symbol enquanto ela está vestida de senhora.


- whatever, malu, o filme já acabou.


- ah.


final hitchcockiano


***


a erva do rato (idem)
frei caneca unibanco arteplex 5 (são paulo)
Brasil, 2008
direção: júlio bressane e rosa dias
roteiro: júlio bressane, machado de assis
nota: 1

segunda-feira, 4 de maio de 2009

[o efeito *traffic]

- matt, o que é isso atrás do seu nariz?
- cola de nariz. depois, eu.

[entra o 'tema de lara']



***


treze homens e um novo segredo (ocean's thirteen)
em DVD
EUA, 2007
direção: steven soderbergh
roteiro: brian koppelman, david levien
OBS: vocês sabem, o filme das drogas*
nota: 7

sábado, 28 de fevereiro de 2009

um apelo a todos os cineastas desse universo em expansão

quando pensarem em fazer mais um desses filmes cheios de informação, e telas, e dados, que dão boletim do tempo, cotação do petróleo, citando países com nomes estranhos, e trechos da bíblia, do alcorão, sei lá... não façam. eu não entendo nada, não faço idéia pra onde virar minha atenção. mal consigo guardar o nome dos personagens. obrigado.


- ah falow, superlegal é esse david lynch que vc assiste.


"- PRONTO DAVID estou atuando como se não tivesse a menor ideia do que se passa TÁ BOM PRA VOCÊ??"




***


southland tales: o fim do mundo (southland tales)
EUA, 2006
no meu computador
direção: richard kelly
roteiro: richard kelly
OBS: ou esse cara tem muito medo, ou muita vontade de morrer.
nota: 2. faz recuperação em julho.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

"o que é o mau gosto", num top de 5 referências pop

(1) a fafy siqueira com o grau tóxico da (2) christiane f. e a postura moral do (3) jogos mortais, refazendo (4) crash - estranhos prazeres. o musical.


(5) - isto é uma... vergonha suja!


o clube dos pervertidos (a dirty shame)
EUA, 2004
no meu computador
direção: john waters
roteiro: john waters
OBS
: o rascunho era bem melhor.
nota: 2.

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

vicky cristina eu e você

- p-por favor, dois sorvetes. pra mim, algum sabor tipo xanax, valium... ou prozac. e um de pistache pra minha... ahn, mulher, claro! você acredita que eu quase disse "minha filha", quando queria dizer "minha mulher"? ela não é a minha filha, n-na verdade ela é filha da minha mulher. ex-filha da minha ex-mulher. ela foi adotada. e agora é minha mulher. pensando bem, não quero sorvete, vê alguma coisa aí pra minha asma. ah claro, isso é uma sorveteria, não uma farmácia... tem alguma nessa rua? logo ali na esquina? ao lado daquela coisa de neon que lembra a cabeça da cher? ah sim, eu estou vendo, muito obrigado. vamos, soon-yi, e pare de fazer acrobacias colegiais com a minha bengala.


***


minha mãe me ensinou que julgar as pessoas é feio, mas é essa a idéia que tenho, na vida real e em quase todos seus filmes, desse tal de woody allen: ranzinza, propositalmente confuso, auto-indulgente em tempo integral e ofensivamente chato. sua obra é geralmente assim, permeada com excesso. excesso de diálogos (geralmente memoráveis, não nego), de personagens, de neuras, de sarcasmo, de nova york. é, naturalmente, impregnada de woody allen. talvez por essa razão, match point foi um sopro de frescor e descontração na carreira do diretor, assim como o posterior o sonho de cassandra, e até o bobinho scoop: seus personagens tinham poucos e complicadíssimos problemas, que ansiavam resolver - em vez de se entreter com eles. e, talvez também por isso, a novidade de seu último filme tenha me impressionado tanto: aos 73 anos, o espírito do velho ranzinza finalmente ficou leve.

repare no personagem de Javier Bardem: artista sensível, é amável e dono de uma sinceridade desconcertante, do tipo que nunca censura uma fala ou pensamento. uma pessoa tão bem resolvida que não desfaz contato nem com a ex-esposa de tendência suicida/homicida/qualquer-coisa-que-se-aproxime-cida; Juan Antonio é corpo estranho, arrisco dizer, não só na filmografia de Allen, mas também o tipo que você estranharia se topasse na vida real. Transparente e tranquilo, se apresenta exatamente do jeito que é. E é muito feliz assim, obrigado.

Rebeca Hall (a Vicky) é o que mais se aproxima da figura de Allen como conhecemos. mas curiosamente, a chata do filme é a (Cristina) Scarlett Johansson: embora a escrita da personagem seja real e fascinante, dona Johansson está ainda mais sonolenta que no ataque dos clones. e há a Penélope Cruz (Barcelona): você sabe o que acontece quando ela fala espanhol. ;)

considerando a experiência pessoal e intransferível, e optando por não minuciar os aspectos técnicos do filme até transformá-lo num manual de instruções, acho que Vicky Cristina Barcelona é cinema no topo por conseguir ser verdadeiro naquilo que prega, e sem -aparentemente- se esforçar. a vida é assim, uma discreta obra-prima em construção, incerta, inevitável, bela e simples. Como somos nós, não?

daquele Bergman que preciso rever, guardei a idéia de que mesmo uma vida de dor vale a pena, por um único momento genuíno de alegria que seja. A mim, parece que a filmografia chata de Allen valeu a penaa b c d etc. e, em especial esse último esforço, parece o respiro obrigatório depois de quatro décadas de neuroses novaiorquinas e ataques de asma; mas também não seria difícil imaginar que Allen pouco teve a ver com tudo isso, e que Vicky Cristina Barcelona resultou do ato espontâneo de duas horas de rolo celulóide irradiando luz própria.


***


PS: um do motivos pra eu falar só agora do melhor filme que vi ano passado, é que em dezembro de 2008 eu nem tinha blog; o outro é que domingo é dia de oscar, aquele prêmio brega e inútil que todo mundo adora acompanhar (e ganhar), e que mais uma vez deixará de premiar o filme que mais merece, simplesmente porque não o colocou entre os indicados. rá!

PS2: já pensou se a penélope cruz ganha um prêmio? a M.I.A.? a kate winslet? não perco esse ano por nada ;)

sábado, 7 de fevereiro de 2009

atenção, senhoras e senhores (tum tum)!

com vocês, o diálogo que mais faz sentido nesse filme onde a música nunca para, camila pitanga joga um bolão, alguns não gostam da censura e outros, do orson welles - se eu entendi bem:

- que horas são ein?
- no meu estômago já é meio-dia.

a imagem pb granulada não combina com o texto pra entrar no clima.


o signo do caos (idem)
Brasil, 2005
na tv (Canal Brasil)
direção: rogério sganzerla
roteiro: rogério sganzerla
nota: ah, sei lá.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

às vezes a gente tá vendo um filme bom e passam umas coisas pela cabeça

gosto de viver em um mundo onde cineastas de mente aberta concebem filmes que apresentam figuras reais buscando balancear simultaneamente questões de identidade/comunidade, mesmo porque estão diante daquelas situações-limite possíveis apenas através do desvirtuamento fantástico de teorias científicas.

e nem tou falando do indiano excêntrico...


***

a bolha assassina (the blob)
EUA, 1958
na tv (TCM)
direção: irvin s. yearworth jr.*
roteiro: kay linaker, theodore simonson
OBS: currículo de gente boa, não?*
nota: 8.

sábado, 24 de janeiro de 2009

confessa aí, vai

você também fica na expectativa de ouvir expressões árabes saindo da boca de algum personagem de caminho das índias.


- sabe lucaiiixx... eu acho que racismo é haraam.
- veja bem, não sei se eu sou eu ou o clone.


- não, você é lucas, o gêmeo do cabelo brega. e racismo é pāpa.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

um curioso caso de déjà vu

"Along the way you bump into people who make a dent on your life. Some people get struck by lightning. Some are born to sit by a river. Some have an ear for music. Some are artists. Some swim the English Channel. Some know buttons. Some know Shakespeare. Some are mothers. And some people can dance."
(frase bonita que alguém falou, mas em alguma hora que eu cochilei)

Não que o filme não desperte emoção. por exemplo, meu coração diz que eu conheço aquele aquecedor.


o curioso caso de benjamin button (the curious case of benjamin button)
EUA, 2008
moviecom taubaté 4 (o pior som do vale do paraíba)
direção: david fincher
roteiro: eric roth, robin swicord
OBS1:
nada contra, mesmo. apenas prefiro o forrest gump;
OBS2: troféu mãe dinah 2008 para o brad pitt.
nota: 7.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

às vezes a gente tá vendo um filme ruim e passam umas coisas pela cabeça

ato I: (tecla zap)

- oh, é um pássaro? é um--
- É, CARA, UM avião, a uma thurman pagando mico.

//

- o que vc faz aí no lixo?
- nada não bem, só procurando um roteiro melhor, rsss

//

- humm... você vai me matar?
- ah nêgo ein lezado naum vo joga um tubaraow
- q

***


ato II: me pergunto

- mas que puxa, sério mesmo, é disso que as pessoas vão ter que rir então?


- disso e duma mulher lá que enxerga em tudo um assédio sexual, uma coisa assim.
- mas na verdade ela que quer muito dar, sabe.
- é, acho que é isso
.

***


ato III: dábliotêefe

- AARRÁAAAA QUERO VER TODO MUNDO EM PANICO OLA GENTE


- VO PRIMERO "ÊEIIIRRRRR"


- UÓOOOOOOOUUUHHHH


- oi, vocês fariam a gentileza de falar mais baixo? aqui é um hooos-pi-tal.


- mas ein bruno o quê ela falou hospital meu filho, falou é, eh he...


- ah pai, foi isso que ela disse, sei lá, ela falou baixo com o dedo na frente.


- noossa, mas ein! desculpa tava pensando alto gegege


- pense alto voe alto so locaaaaaa


- loca tipo loca ou tipo editorial de moda?


- voces saum fooooormiguinhazzz
- ixe... e você, quer uma carona??


- no tks vo de carro.

***

e por aí vai.


minha super ex-namorada (my super ex-girlfriend)
EUA, 2006
TV
direção: ivan reitman
roteiro: don payne
OBS: porra U
nota: 4, ou 5.